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aquela música do simple plan; astronaut

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Tudo que a gente viveu parece tão distante. Como se eu estivesse flutuando no espaço, tentando alcançar uma estrela que já explodiu há milhares de anos. A luz ainda chega até mim, brilhante, insistente, mas sei que não é real. É só um eco, uma lembrança do que foi. Você é essa luz, e eu sou o astronauta perdido, vagando no vazio, preso à memória de algo que não existe mais.

Lembro de como éramos no início, como dois planetas girando na mesma órbita, alinhados de um jeito que parecia impossível. Você era o caos colorido de uma nebulosa, e eu, a frieza calculada de uma estação espacial. Mas juntos, éramos um universo inteiro.

Mas o que acontece com as estrelas que queimam brilhantes demais? Elas se apagam. Aos poucos, nossos sistemas começaram a se desalinhar. Eu fui me afastando, tentando proteger algo que não precisava ser protegido. E você... Você foi ficando mais distante, como um cometa que eu sabia que nunca mais cruzaria minha órbita.

Agora, tudo que restou é silêncio. Um silêncio ensurdecedor, como o do espaço sideral. Não há som aqui, só o zumbido constante das lembranças. O som da sua risada, as conversas longas sobre tudo e nada, o jeito que você dizia meu nome como se fosse um segredo – tudo isso ecoa na minha cabeça, mas sei que não posso tocar.

Às vezes, sinto como se estivesse preso em uma cápsula, observando o passado através de um visor embaçado. O que antes era tão próximo, tão palpável, agora é só um ponto brilhante no horizonte, se afastando cada vez mais. E eu, por mais que tente, não consigo acionar os propulsores para te alcançar.

Mas estrelas mortas não voltam a brilhar. E astronautas perdidos só têm o vazio como companhia. Então, sigo aqui, vagando pelo espaço que a gente construiu, admirando a beleza fria do que sobrou. Porque, mesmo distante, mesmo inalcançável, ainda vale a pena lembrar que já fomos parte do mesmo universo.