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Quando o coração titubeia... Reflexos de mim...

Sabe, eu costumo escrever muito sobre o que não aconteceu. Acho que toda essa história de poesia tem a ver com o que a gente guarda e não compartilha. Com o que a gente sente e não deixa transbordar, com o que é só nosso e mais ninguém. O amor em mim é uma palavra que se encaixa nas palavras que escorrem dos meus dedos, nos versos que formam frases que ninguém vai ouvir, mas que, de alguma maneira, me aliviam.

Eu poderia até dizer que o amor é uma saudade, mas não é bem isso. Ele não tem um passado, não tem um "antes". Ele só existe aqui, dentro de mim. E o tempo... Ele passa rápido demais. Não sei se você já perceberam, mas, quanto mais a gente pensa em algo que não pode ser, mais esse algo escapa, mais isso desaparece, e você fica ali, parada, sem ter o que fazer a respeito.

O que eu quero mesmo? Gostaria de ter uma indicação do que fazer. Um manual de instrução talvez! Mas o que eu tenho, no fim das contas, são só pensamentos (e as 1000 possibilidades que crio na minha mente). E esses pensamentos, me enlouquecem.

Quando penso que poderia ser, a realidade me puxa de volta. Isso nunca foi... Para! Então me dou conta que eu queria era um "nós" que nunca veio, que se dissolveu nas palavras, que vive agora nos versos que eu escrevo e não compartilho com ninguém.

Eu, aqui, dentro desse quarto, com meus pensamentos e minhas poesias, não sou mais a mesma de antes. Eu sou a mulher que encontrou força nas palavras, que escreve para si mesma, que coloca tudo no papel e deixa tudo ir.

Eu me amo mais agora, mais do que qualquer coisa que você, ou qualquer outro, poderia me oferecer. O tempo passa, sim, para todos, mas pra mim, com minhas palavras e meus versos, o tempo tem outro time.

Eu sigo! Sigo, escrevendo, criando uma nova historia, ainda não sei se é um romance ou uma ficção. Mas sou eu quem escreve e vive dentro de mim e quem sabe um dia fora dos portões de mim...