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Não só sinta, viva!

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Há um espaço vazio entre dois músculos pulsantes (ou não…), não preenchido por alegria, mas pela ausência de um tempo que só um deles conheceu. Lembranças de risadas, canções compartilhadas em um passado não tão passado assim, que moldou, mas não define.

Um deles carrega cicatrizes, memórias que às vezes assombram a confiança presente. O medo de repetir a dor, a hesitação em se entregar novamente, cria uma barreira, quase invisível, mas palpável.

No entanto, a chama da esperança ainda arde. Acredita-se na possibilidade de um amor diferente, construído sobre bases mais sólidas, onde o passado é aceito, não apagado. Há uma beleza vulnerável nessa abertura gradual, nesse ato de fé em um novo começo.

É um aprendizado diário, onde a paciência e a compreensão são os alicerces. A aceitação do ontem do outro não é uma competição, mas um reconhecimento de que ele contribuiu para a pessoa que hoje encanta. E é nesse hoje, nesse presente compartilhado, que reside a promessa de um sentimento pleno, capaz de curar as feridas e florescer livre do peso do que não foi vivido a dois. A ausência se torna, então, o espaço para a criação de uma história única, tecida com fios de afeto e respeito mútuo.