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Tudo que vai, volta
Sempre me fascinou a ideia de que, em algum lugar do universo, existe uma força que equilibra todas as coisas. Um retorno inevitável, como um bumerangue que nunca se perde. “Tudo que vai, volta” carrega um misticismo que faz minha mente viajar para mundos onde até super-heróis, com suas capas e máscaras, não estão imunes às consequências de suas ações.
Imagine o Homem de Aço, desafiando a gravidade, detendo meteoros. Poderoso, mas não invencível. Uma palavra mal colocada, um descuido, e até mesmo ele pode desabar. Assim somos nós, feitos de carne, osso e uma boa dose de erro. Por mais que tentemos moldar nossas vidas como escultores, há sempre uma rachadura que insiste em nos lembrar: tudo reverbera.
Na arte, percebo isso de forma visceral. Como cantora, cada nota que entoo carrega uma intenção e uma consequência. Um tom desafinado pode transformar uma música inteira, assim como uma escolha errada pode mudar uma vida. Talvez seja por isso que me encanto com o conceito de retorno. Não é castigo, nem recompensa, mas equilíbrio.
Somos como feiticeiros em um conto épico, lançando feitiços no vasto universo. Mas, cuidado, Laurie – digo a mim mesma – toda magia deixa rastros. Uma palavra de carinho pode florescer como uma primavera inesperada; uma má ação, por outro lado, pode virar tempestade.
Por muito tempo, acreditei que sucesso fosse uma linha reta. Hoje sei que é um círculo, perfeito e infinito. O que vai, volta, mesmo que leve anos. Esse pensamento me conforta: se erramos, podemos nos redimir; se acertamos, podemos colher.
E assim, no palco da vida, percebo que cada nota é um risco, cada melodia, um reflexo. A força do retorno não nos poupa, mas ensina. Que lição preciosa é saber que, mesmo imperfeitos, podemos tocar o mundo e fazer voltar as notas mais bonitas. Afinal, tudo que vai, volta.
Posted 12/20/2024, 9:00 PM