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As drogas não compensam. Eu tô aqui pra dizer isso, com o coração apertado.

Sempre fui um cara ligado nos esportes — futebol, skate, natação… o que tivesse adrenalina, eu tava dentro. Era assim que eu me sentia vivo. Mas em algum momento, essa sensação de estar vivo virou um buraco. E eu tentei preencher esse buraco com droga.

No começo, parecia inofensivo. Era só ‘pra curtir’, só ‘pra aliviar’. Mas quando vi, não era mais eu no controle. Eu perdi a noção, perdi momentos com minha família, perdi amigos, perdi minha própria vontade de viver. E o mais triste: perdi o Bernardo que eu era quando estava em cima de uma prancha ou correndo atrás de uma bola.

Hoje eu tô internado. Tô me tratando. Tô lutando todos os dias pra voltar a ser quem eu fui — ou melhor, pra ser alguém ainda mais forte. Tem dias que são difíceis, tem dias que tudo o que eu queria era estar lá fora, sentindo o vento no rosto e o coração acelerado por algo real. Mas hoje eu escolho lutar.

Se você tá lendo isso e acha que droga é caminho, deixa eu te contar: não é. É armadilha. É perda. E só quem já se afundou sabe o quanto é difícil nadar de volta.

Mas é possível. Um dia de cada vez.

E eu vou voltar pros esportes. Vou voltar pra vida. Porque, dessa vez, eu escolhi viver de verdade.