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tudo engual

Tem uns dias que eu olho pra esse cenário de música e penso que virou um teatrão com autotune, todo mundo fingindo ser autêntico e seguindo o mesmo manual de como ser o artista diferente da vez. MAS AÍ FICA TODO MUNDO ENGUAL.



E eu no meio disso tudo, com meu baixo que acabei de começar a dedilhar, largando de vez a bateria, só tô tentando achar um som que ainda soe verdadeiro. Só que quanto mais eu tento ser eu mesmo, mais parece que o mundo quer me empurrar pra virar a cópia de um outro alguém que já deu certo.

As bandas viram marcas e os artistas viram perfis otimizados pra engajamento. E quem tenta escapar disso é chamado de idiota, como se acreditar em algo além do dinheiro fosse um erro de cálculo.

Eu sei que é uma luta meio perdida, mas continuo tocando (mau) mesmo assim, talvez por teimosia, talvez por um tasquinho de esperança. Porque ainda acredito que a música pode ser mais do que um produto e sim uma forma de repartir o que a gente sente, mesmo que não seja hit.

E é quase como desafiar o diabo num duelo, sabendo que vou perder. Ele tem a indústria, os contratos e os beats, eu tenho um baixo que ainda não sei afinar e a vontade de não tocar pro lucro, quem sabe com minha ingenuidade e falta de experiência, ele se comova e devolva minha alma...

Show spoiler

boa noite