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Estocolmo, Verde Neon e… Henri;

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Estacionei a BMW na calçada do centro da cidade, em Estocolmo, e deixei o motor silenciar devagar. Tudo parecia mais iluminado que o normal aquela noite, e as luzes refletiam no capô do carro. Nessa altura, o ar estava com aquele cheiro de fritura, gasolina e som alto — o tipo de bagunça que sempre me deixava à vontade. Eu tirei os óculos escuros, os mesmo que Henri implicou antes de sairmos, e o encarei de lado. Ele saiu e bateu a porta com a calma de sempre, a postura que me fazia lembrar do nosso pai.

— Vai dizer que esse lugar não tem vida? — Comentei, abrindo o sorriso que sempre o irritava, conferindo se as portas estavam fechadas. Encaixei a mão no bolso da jaqueta e logo atravessamos a rua, parando diante a um bar com o letreiro verde piscando. A música parecia alta lá dentro, e de alguma forma, aquilo me animou o suficiente pra sugerir ficar ali mesmo — Eu gostei, achei aleatório. Mas assim é melhor, vamos entrar? — Perguntei ao Henri, que cruzou os braços, analisando o lugar com precisão antes de “aceitar” — A última vez que você disse isso, a polícia apareceu, Rick. — Acabei rindo, sem olhar pra ele, e dei de ombros — Então é sinal de que a noite foi boa, certo?

Ele suspirou, e mesmo sem admitir, começou a me seguir. Sempre seguia. Por mais contido e firme que fosse, comigo Henri parecia lembrar que era só um garoto também, e nós dois curtiamos isso. Assim que entramos, nos sentamos no balcão com as identidades falsas que eu mesmo tratei de resolver, sem que ele soubesse, é claro, e pedimos uma bebida — Relaxa, é só um drink e a gente vaza — Sussurrei confiante, percebendo sua expressão. — Você nem gosta tanto assim de beber, Rick. Aquela garota… esqueci o nome, já está te influenciando? — Olhei sem acreditar no que havia acabado de ouvir, mas respondi calmo, como se acreditasse nas minhas próprias palavras — Talvez eu só esteja mais interessante ultimamente, hermano.

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